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Investir no planejamento nutricional de fêmeas traz reflexos positivos para o futuro da propriedade
31/05/2021Os números da pecuária continuam animando os criadores em 2021. O alto valor da arroba e a velocidade da comercialização têm sido um ponto importante para as análises e planejamentos das propriedades, que buscam o lucro e a eficiência.
De acordo com dados do mercado, se o setor continuar aquecido como nos últimos meses, o Brasil registrará um volume expressivo, mas que, de acordo com as estimativas, ainda não é suficiente para atender as demandas de consumo previstas para os próximos anos.
“As projeções já mostram que não teremos animais suficientes para suprir as necessidades de demanda de carne bovina, em um futuro não tão distante, por essa razão podemos dizer que vivemos um bom momento para investir e olhar com mais atenção para o rebanho de vacas já existentes na fazenda, pois, para aumentar o número de cabeças na propriedade, o número de matrizes precisa aumentar”, afirma o médico-veterinário e gerente de Tecnologia e Marketing da Connan, Marcio Bonin.
O processo de recompor o rebanho pode levar de quatro a cinco anos, seguindo o ciclo mais comum da atividade. Segundo Bonin, reter as novilhas hoje é uma estratégia interessante para reduzir esse prazo e garantir a boa produção de bezerros na propriedade.
“É tempo de trabalhar o rebanho na fazenda. A estratégia é cuidar bem das vacas, para que possam continuar produzindo com qualidade; tratar bem das bezerras, para que possam produzir antes e olhar com atenção para as primíparas, para que reemprenhem melhor”, explica ele.
Para Bonin, essa é uma mudança de visão que tem se tornado tendência na pecuária, visando o fortalecimento do mercado de bezerros, colocando foco nas fêmeas como protagonistas desse processo. “As vacas têm ganhado a atenção do pecuarista, principalmente na questão nutricional, que é um ponto de extrema relevância para que elas mantenham um bom score corporal, para emprenharem melhor e, consequentemente, possam dar à luz a bezerros mais saudáveis e produtivos”, reforça.
Analisar o rebanho para traçar o caminho
De acordo com o médico-veterinário, o pecuarista deve olhar com atenção para os animais da propriedade, separando as fêmeas em lotes e, a partir de suas características, traçar a melhor estratégia para cada um deles.
“A avaliação visual do escore de condição corporal (ECC) é uma grande ferramenta para a definição das estratégias nutricionais, pois representa as reservas energéticas da matriz. Uma boa estratégia é separar os animais pela necessidade de suplementação de cada lote, por meio do ECC deles. Se parte delas, por exemplo, estão prenhas e magras é necessário investir em um maior nível de suplementação para que possam se recuperar e parir com boa condição corporal”, esclarece.
Para Bonin, o pecuarista deve ter em mente que não basta as vacas saírem bem do período das águas, mas sim estar com boas condições para parir nas secas. “Devemos traçar um planejamento nutricional no qual as vacas não percam o que foi conquistado nas águas, e até melhorar agora no período de transição, para que na fase de maior demanda por nutrientes da gestação possam gerar bons bezerros na seca”.
Sucesso com primíparas
Frente aos problemas de prenhez com as primíparas, há cinco anos, Daniel Resende Gonçalves, gerente da Fazenda Novo, localizada em Uberaba (MG), adotou uma nova estratégia nutricional para esse grupo de fêmeas, com o suporte e consultoria de Bonin.
“Nossos animais eram suplementados com sal mineral nas águas e sal com ureia nas secas. Optamos então por mudar essa planejamento e passamos a oferecer proteinado Connan Master 500 às primíparas da propriedade, ao longo de todo o ano”, explica ele.
Segundo ele, o resultado foi muito positivo. Já no primeiro lote a taxa de prenhez, que era de aproximadamente 45% na propriedade, aumentou para 75%. “Notamos uma melhora muito grande na condição corporal do grupo de animais, além do reflexo que foi sentindo nos bezerros, que melhoraram bastante o peso de desmama”, conta ele.
Além disso, Resende ainda destaca que os resultados obtidos possibilitaram a antecipação da estação de monta e os partos na propriedade. “Hoje fazemos a cobertura em setembro e os partos em julho, no auge das secas. A mudança para o proteinado permitiu um tempo maior de recuperação de puerpério até a próxima fase de monta, além da manutenção dos animais ao longo do período mais seco”, afirma ele.
“A nutrição adequada das matrizes é primordial para o aumento da lucratividade na pecuária de corte, pois interfere tanto nos aspectos produtivos e reprodutivos. Nossa equipe está preparada para analisar e orientar os pecuaristas quanto ao melhor caminho a seguir, de acordo com as necessidades e o objetivo do criador, buscando sempre oferecer os melhores resultados, com qualidade e eficiência”, finaliza Bonin.